O modelo pedagógico que predomina na maioria das instituições educacionais é o que se convencionou chamar de “método instrucional”. Sua premissa central é a de que a aprendizagem é um processo de transmissão, em que o educador, o expert, irá transmitir sua expertise para os aprendizes, através da fala e da exposição teórica de ideias e conceitos.
O modelo tradicional instrucional é focado no professor, e tem como escopo a padronização da aprendizagem, uniformizando a experiência dos estudantes. Desta forma, obriga a todos os alunos aprenderem as mesmas coisas, ao mesmo tempo, do mesmo modo e na mesma velocidade.
Nesse texto você vai descobrir três evidências importantes que estão fazendo pesquisadores e educadores questionarem as limitações do modelo tradicional instrucional. Continue lendo!
Foco no professor, e não no estudante
Na maioria das escolas brasileiras, o professor é a figura central do processo educacional. Ele decide qual conteúdo vai ser transmitido para os alunos, em qual ritmo, velocidade e formato. Desta forma, cabe ao estudante assumir um papel passivo, pois se assume que para aprender basta “prestar atenção” e ser um “bom ouvinte”.
De acordo com os pesquisadores do campo da aprendizagem Piaget e Vigotsky, para aprender é preciso que o indivíduo esteja em interação com seu objeto e contexto, e usando a linguagem para problematizar e assimilar e acomodar a nova informação.
Um estudo realizado por pesquisadores norte-americanos trouxe evidências de que, quando os alunos eram submetidos a aulas nos métodos tradicionais, os resultados de aprendizagem eram piores quando comparados a métodos colaborativos.
Por colocar os alunos apenas como ouvintes, o modelo instrucional dificulta o desenvolvimento de ideias próprias e construção do senso crítico.
Pouca interação e aplicação prática
Para aprender nosso cérebro usa mecanismos de associação: relacionamos o conhecimento que já possuímos, à informação nova que estamos recebendo, o que requer estímulo e concentração, ou em termos conceituais: assimilação e acomodação.
No modelo tradicional, o que se espera do estudante é aprender através da escuta ou apenas “prestando atenção”, de forma passiva e, via de regra, pouco significativa. Isto provoca dificuldade em se compreender o sentido do que se está aprendendo, que se reflete na clássica pergunta: “Por que eu tenho que aprender isso?”, ou “para que serve este aprendizado?”.
O desenvolvimento de domínios cognitivos mais elevados, como a análise, avaliação e criação, exigem que o estudante aprenda aplicando os conceitos, através da criação de projetos e artefatos. Fazer isso em uma sala de aula tradicional é muito difícil, uma vez que o ambiente é todo desenhado para que apenas uma pessoa fale ao mesmo tempo (no caso, o professor), e os demais devem apenas escutar, sem poder interagir uns com os outros e com objetos de aprendizagem.
Pouco espaço para a tecnologia
A internet mudou a forma como nos comunicamos, aprendemos e trabalhamos em grande parte das atividades do nosso cotidiano. Nas gerações mais novas isso é ainda mais evidente: das crianças com menos de 2 anos, 38% já possuem algum dispositivo digital.
De acordo com o Comitê Gestor da Internet (CGI), em 2015, 80% dos jovens usuários utilizavam a internet para fazer pesquisas escolares. Entretanto, a mesma pesquisa aponta que apenas 39% afirmaram já ter utilizado dispositivos móveis com acesso à rede para atividades dentro de sala de aula.
Nas escolas que utilizam o método tradicional instrucional, a tecnologia digital é vista como um elemento negativo, uma vez que “dispersa” o foco na explicação do professor. Mas é preciso lembrar que as tecnologias podem ser analógicas, como caderno, lápis e quadro negro. Assim como foi necessário aprender a usar estas tecnologias na época em que surgiram, atualmente temos que desenvolver meios de conviver com os artefatos digitais de forma saudável.
Por isso é preciso trabalhar o letramento digital dos estudantes, de modo a ajudá-los a criar hábitos de uso produtivos, seguros e que potencializem a aprendizagem.
Evolução dos modelos de ensino
Apesar da grande difusão e hegemonia do modelo de ensino instrucional, a educação caminha para novas perspectivas, mais dinâmicas e integrativas, conforme diversos países e escolas ao redor do mundo vêm demonstrando.
Nós acreditamos que a educação baseada numa aprendizagem colaborativa e com significado, ajuda a promover indivíduos mais felizes e conscientes de suas escolhas, consequentemente mais preparados para o futuro. A ideia é incentivá-los a serem protagonistas de sua educação, utilizando recursos que aproximem a escola ao dia a dia.
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