Afeto e aprendizagem: qual a relação da família no processo de aprendizagem?

Temos ouvido bastante, nesse período de pandemia, relatos de dificuldades encontradas pelas famílias em lidar com seus rebentos. Principalmente, nas questões comportamentais, sejam diante dos compromissos escolares, seja em não conseguir mais controlá-los dentro de casa ou conciliar com o home office a que muitos foram submetidos.

O papel de educar é um dos trabalhos mais vivenciados no mundo e também um dos menos conhecidos. Os pais, ou aqueles que assumem essa posição de valor na educação e construção de um indivíduo, são os primeiros educadores e mediadores da aprendizagem da criança. Seu estado psicológico e social pode influenciar o desenvolvimento de sua criança pelos significados simbólicos que serão passados de suas experiências e aprendizados pessoais, promovendo a formação do entendimento do papel que irão desempenhar como sendo a sua própria autoconsciência em relação ao mundo. Isso, porque educar é um processo onde a interação na convivência com o outro alimenta o progresso e a transformação no desenvolvimento do modo de ver e agir, na e para, a vida de maneira recíproca. Portanto, educar é a todo momento.

Com a mudança nos padrões sócio-culturais, os métodos que conhecíamos para influenciar as crianças com prêmios e castigos já não funcionam mais. Quando sentem-se pressionadas ou exigidas demais, as crianças tendem a resistir a essa autoridade e a apresentar comportamentos indesejáveis. E se decidem não se comportar, estudar, ou serem caprichosas e obedientes, prêmios e castigos terão pouco tempo de duração ou exigirão repetição contínua.

E por que, então, as crianças, às vezes, fracassam no que deveriam fazer? Porque estão desencorajadas!

Suas decisões são baseadas na construção que fazem do entendimento sobre elas próprias, sobre os outros e como agir para se posicionar no mundo. Enquanto é encorajada, a criança se esforça para interagir com o meio de forma socialmente aceita e construtiva, motivada a progredir. Do contrário, ela perde a confiança nela mesma e nas suas aptidões apresentando comportamentos inadequados. 

E mesmo quando os pais ou seus educadores tenham boa intenção em encorajá-la, nesse momento, sentem-se decepcionados e sua insegurança desestimula a criança.

Se sua criança está desencorajada e respondendo com comportamento inadequado, o primeiro passo é romper com o círculo vicioso do desencorajamento e confiar na capacidade e na boa vontade da criança em progredir. Promover momentos de reciprocidade emocional e ambiente seguro, livre de julgamentos, e oferecendo suporte para as tentativas de resolução dos problemas nas situações que ela esteja envolvida, são algumas das estratégias que influenciam positivamente no processo de aprendizagem.

 

Por Janaína Braga

Educadora do Ensino Fundamental 1 - Hub Bom Pastor
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